Archive for the ‘Música’ Category
Rajada Sônica #33: Longa vida aos Monkees
Ontem morreu Davy Jones, vocalista da banda que John Lennon chamou de “os Irmãos Marx do rock”. Então vale trazer Monkees em meio a uma mistureba de faixas recentes e umas preciosidades dos anos 60 e 70.
1. KC and the Sunshine Band – “Wrap Your Arms Around Me”
2. The Monkees – “Let’s Dance On”
3. The Lovin’ Spoonful – “Girl, Beautiful Girl”
4. Gorillaz feat. Andre 3000 and James Murphy – “DoYaThing”
5. João Donato – “Straight Jacket”
6. Fun. ft. Janelle Monáe – “We Are Young”
7. Santigold – “Disparate Youth”
8. Big Baby Gandhi feat. Das Racist – “Blue Magic”
9. Felipe Cordeiro – “Fanzine Kitsch”
10. Regina Spektor – “All the Rowboats”
Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.
Para baixar cada faixa, aqui.
Quadros Sonoros: Bob Dylan e o novo capítulo da novela ‘Quanto vale o show?’
Na tentativa de entender porque os novos shows de Bob Dylan no Brasil estão cobrando de R$ 100 a R$ 900 nos ingressos, encontrei esse texto de Marco Antônio Barbosa, que inventou o conveniente IPISBD – Índice do Preço do Ingresso para o Show do Bob Dylan.
Uma olhada nos preços do último show que Bob fez no Rio permite constatar que a inflação medida pelo IPISBD chega a estonteantes 233,33%. Isso se compararmos o ingresso mais barato de 2008 (R$ 150) com o atual. Comparando o preço mais caro de 2008 (R$ 360) com o mais caro de 2012 (R$ 800), chegamos uma variação de 122,22%. O aumento percentual médio foi de 177,77%. (….) A inflação oficial desde 2008 foi de 16,33%, ou seja, a inflação no ingresso do Bob Dylan foi, no mínimo, ONZE VEZES maior que a inflação brasileira no mesmo período. (…) Esse sim é o verdadeiro custo Brasil: a vocação para a malandragem (do lado de quem produz o evento) e a vocação para ser otário (do lado de quem paga caro).
É evidente que eu também compartilho da mesma indignação do amigo, mas a análise econômica não está me bastando. Precisamos trazer novos e velhos elementos a essa discussão.
A julgar pelas pistas que apresentei neste post, Bob Dylan parece sentir o peso de seus 70 anos nas suas recentes apresentações. Canta uma média de 15 canções por show, alternando entre alguns classicos e outras mais recentes. Sua voz está cada vez mais rouca. Também não espere um showman como Paul McCartney, outro setentão (completa as sete décadas neste ano) mas cuja impressionante vitalidade e simpatia são mais exceções do que regras. Aliás, mesmo quando era mais jovem Dylan nunca foi referência nesses dois aspectos. Então não me surpreenderia se os preços altos não sejam também reflexo de seu cachê alto.
Porém, eu e outros brasileiros da minha geração fomos musicalmente educados sob o seguinte mantra: se você tem condições físicas, psicológicas e financeiras para ver um ídolo se apresentar ao vivo, veja. Os motivos para isso podem ser objetivos – o sr. Zimmerman está velho e pode morrer a qualquer momento; ou pode nunca mais se dispor a tocar no Brasil – ou subjetivos – porque estar no mesmo ambiente que uma lenda do rock já desperta o devoto que há em você; porque você quer ouvir “Ballad of a Thin Man” ao vivo antes de morrer…
O que quero dizer com isso tudo? Basicamente voltei a um tema recorrente neste blog: quanto vale ver seu ídolo ao vivo? Só de graça? O preço de dois discos dele, como era há uns 25 anos? Uma viagem de ida e volta de sua cidade natal e ainda o equivalente a um notebook ou três feiras do mês? E o esforço de agendar folgas, remexer na agenda, tá tranquilo?
As respostas não estão soprando no vento, mas em um debate sério e responsável sobre o cada vez mais irresponsável cartel de shows internacionais. Que ouça e compare os pontos de vista de todas as partes interessadas: casas de shows, serviços de ingressos, artistas, público e Estado. Quem vai tomar o primeiro passo?
Bob Dylan: setlists e trechos de shows recentes
Começaram a vender hoje os ingressos do sujeito e estou num dilema… pra ter uma ideia melhor, fui ver no Setlist.fm como foram alguns shows recentes dele.
HMV Hammersmith Apollo, Londres, em 21/11/2011:
Leopard-Skin Pill-Box Hat
It’s All Over Now, Baby Blue
Things Have Changed
Spirit On The Water
Honest With Me
Forgetful Heart
The Levee’s Gonna Break
Man In The Long Black Coat
Highway 61 Revisited
Desolation Row
Thunder On The Mountain
Ballad Of A Thin Man
Bis:
All Along The Watchtower
Like A Rolling Stone
Forever Young
HMV Hammersmith Apollo, Londres, em 20/11/2011:
Leopard-Skin Pill-Box Hat
It’s All Over Now, Baby Blue
Things Have Changed
Tryin’ To Get To Heaven
Honest With Me
Tangled Up In Blue
Summer Days
Blind Willie McTell
Highway 61 Revisited
Desolation Row
Thunder On The Mountain
Ballad Of A Thin Man
Bis:
All Along The Watchtower
Like A Rolling Stone
Hallenstadion, Zurique, Suíça, em 16/11/2011
Leopard-Skin Pill-Box Hat
It Ain’t Me, Babe
Things Have Changed
Mississippi
Honest With Me
Not Dark Yet
Jolene
Man In The Long Black Coat
Highway 61 Revisited
A Hard Rain’s A-Gonna Fall
Thunder On The Mountain
Ballad Of A Thin Man
All Along The Watchtower
Like A Rolling Stone
Blowin’ In The Wind
Tirando esse último, achei que tá pirangando música – e tem pouco clássico – em cada show. Beleza, as músicas deles são longas, e o que importa no fim das contas é a performance.
Só que fui ver umas no YouTube…
Cadê o pouco de voz que ele ainda tinha? Daí você lembra que o ingresso tá muito caro, alguns na casa dos R$ 900… olha, tá difícil.
Adele dá o dedo no Brit Awards 2012
Foi ontem. Cortaram o discurso de agradecimento dela no meio e aí…
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Apesar da produção do Brit já ter se desculpado com ela, já corre o risco de não ser convidada para a premiação do ano que vem, mas quem se importa? Gostei.
Links: Gaby Amarantos para gringos, Teló e MacGyver, ressaca de Whitney Houston e mais
* O sujeito acima com bochechas de Tintim é Richard Dean Anderson, vulgo MacGyver, que está em Salvador para o Carnaval e está se misturando a Michel Teló, Durval Lélis (o cara do Asa de Águia) e… André Marques do “Video Show”? It’s not easy for nobody… [BOL]
* Falando em Teló, não é só ele que anda agradando os gringos. Agora é a vez de Gaby Amarantos entrar na seção “new band of the day” do “Guardian” [Guardian]
* Bob Dylan, o homem, o mito, fará seis shows no Brasil em 2012. São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre de 17 a 24 de abril. Rezemos por ingressos com preços justos [iG]
* Para quem ainda aguenta o assunto Whitney Houston, recomendo esse excelente artigo de Camilo Rocha sobre a relevância (ou não) da garota I-Will-Always-Love-You na música pop, além de um apanhado de links interessantes da repercussão da morte da cantora [Bate Estaca]
* Oitenta por cento das pessoas que acessam a internet no planeta Terra estão em redes sociais. Inclusive seus pais e tios [Conector]
* Serviço de utilidade pública: DVD triplo do Monty Python por R$ 20 [Submarino]
* Móveis Coloniais de Acaju lança clipe realizado na Campus Party 2012. Ideia boa, mas ficou esquisito [Rock n’ Beats]
* O produtor e guitarrista do Chic, Nile Rodgers, vai trabalhar com o Daft Punk no próximo disco da dupla [Spin]
* A turnê nova de Ringo Starr nos EUA ganha o reforço de Todd Rundgren na All-Starr Band [Huffington Post]
* Os fãs chorosos de Lana Del Rey [Vulture]
* Mais um filmão violento a caminho: “The Agression Scale”, a ser exibido no SXSW. Dana Ashbrook e Ray Wise estão no elenco; ambos eram de “Twin Peaks” [Hollywood Reporter]
Rajada Sônica #32: Bem-vindo, Carnaval 2012
Mezzo indie, mezzo momesca. Evoé!
1. Carousel – “Open Road”
2. Made in Japan – “What It Is”
3. Young the Giant – “Strings”
4. Lee Ranaldo – “Off The Wall”
5. Soulwax – “NY Excuse”
6. Alceu Valença – “Me Segura Senão eu Caio”
7. Caetano Veloso – “Atrás do Trio Elétrico”
8. Luiz Caldas – “Ajayô”
9. Ultraje a Rigor – “Marylou (versão Carnaval)”
10. Mestre Ambrósio – “Esperança (Na Mata Eu Tenho)”
Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.
Para baixar, aqui.
Foto: Deste Flickr.
Shows: Marcelo Camelo, SESC Belenzinho, São Paulo
Cheguei atrasado ao show de Marcelo Camelo. Falo isso nos dois sentidos: só consegui vê-lo quase um ano após o lançamento de seu segundo disco solo, “Toque Dela”, e cheguei ao SESC Belenzinho na última sexta, dia 10 de fevereiro, na metade da segunda música, justamente na execução do hit “Ô Ô”. Mas a minha maior surpresa é que a carreira individual fez bem não apenas a Camelo, mas também a seu público, que pelo menos neste show, passou longe dos arroubos de histeria que permeavam os últimos shows do Los Hermanos e curtiu tudo com discrição, abraçando as respectivas namoradas ou cantando baixinho.
Não é qualquer músico que consegue contar com o Hurtmold como banda de apoio, e ainda assim fazer com que esta banda contenha seu natural talento experimentalista para servir apenas ao astro da noite. Camelo transitou bem entre as músicas dos dois discos e ainda jogou duas do “4” dos Hermanos, “Morena” e “Pois É”. Imbuído de algum espírito de Carnaval, tocou no bis a marchinha “Copacabana” seguido da coreografia de duas samambaias (?), que estavam enfeitando o palco e que depois o próprio Camelo doou para pessoas da plateia. No final, fico devidamente satisfeito por um lado e lamentando por outro, por não ter conseguido ingressos para essa nova temporada de shows do Los Hermanos, que promete ferver.