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Quadrisonices: Kiefer Sutherland volta à TV, luto por Dwayne McDuffie, palco indie do Rock in Rio e mais

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* Kiefer Sutherland foi escalado para o piloto do seriado de drama “Touch”, da Fox. É de Tim Kring, criador de “Heroes” (mau sinal…) e ele irá interpretar um homem que descobre que seu filho autista pode prever o futuro. Eu acho que ele devia voltar ao cinema ou então fazer logo esse filme de “24 Horas”. Mas parece que a Fox não gostou do roteiro e por isso o retorno de Jack Bauer deve demorar (BOL/Folha.com)

* O sujeito da foto acima chamava-se Dwayne McDuffie. Era roteirista de quadrinhos e animações. Foi um dos principais responsáveis pelo sucesso de “Liga da Justiça” e “Liga da Justiça Sem Limites”, de 2002 a 2006, além de ter criado o Superchoque, aquele adolescente com poderes elétricos que passou por um bom tempo na Rede Globo. Defensor da presença negra nos quadrinhos de heróis, criou a linha Milestone, com vários personagens negros como protagonistas. Evidentemente, estou falando nele no passado porque infelizmente McDuffie morreu no último dia 21, aos 49 anos, de complicações decorrentes de uma cirurgia.

* Últimas do Rock In Rio: anunciaram um tal de Palco Sunset, que vai promover encontros musicais com artistas de diversos estilos, calibres e nacionalidades. Processa aí: Mike Patton / Mondo Cane (EUA) + Orquestra Sinfônica de Heliópolis; Marcelo Yuka + Cibelle + Karina Buhr + Amora Pêra; Tulipa Ruiz + Nação Zumbi; Titãs + Xutos & Pontapés (Portugal); Tiê + Jorge Drexler (Uruguai); Cidadão Instigado + Júpiter Maçã; Cidade Negra + Martinho da Vila + Emicida; Angra + Tarja Turunen (Finlândia, a ex-cantora do Nightwish); João Donato + Céu e lá vai bonde. Os shows serão à tarde, terminando antes das 19h. Lista completa no UOL Música.

A princípio, a notícia parece boa, mas lembre-se que é o Rock In Rio, que tem um histórico imenso de misturar alhos com bugalhos sem o menor critério. Existe uma chance de Martinho e Emicida melhorarem o Cidade Negra, mas o CN também pode estragar os dois, vai saber. E outra: muitos desses artistas mereciam shows solo; por que não apostar no potencial isolado deles? Por favor pronuncie-se, Medina.

* Após fim do White Stripes, Jack White diz que não formará outra banda. Ainda bem, né, rapaz? Já não basta ter acabado a única banda boa, eu não queria mesmo ver outra Racounters por aí (UOL Música)

Editorial: na maioridade, os Simpsons querem voltar a “causar”

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Não é novidade para ninguém que os Simpsons já ganharam seu lugar no Paraíso há tempos. Série de TV animada mais culturalmente relevante do século 20, a mais longeva (daqui a pouco alcança os 500 episódios), e uma das franquias mais lucrativas do mundo do entretenimento, com seus inúmeros produtos licenciados… mas era evidente que apesar de ainda ser muito bem aceito pelo público e crítica, o programa teve sua crítica social meio domesticada ultimamente, e seu humor vinha se limitando a algumas tramas familiares recicladas, piadas internas do universo de Springfield e as aparições especiais de sempre.

Na semana que vem, dia 17 de dezembro, a exibição do primeiro episódio dos Simpsons na TV americana completará 21 anos. Continuar na atividade após tanto tempo já deveria ser motivo de orgulho. Ainda mais considerando os concorrentes ferozes que enfrentaram e enfrentam ao longo dessa trajetoria, como “Beavis & Butthead”, “South Park”, “Family Guy”, “American Dad”, “King of the Hill” e outros. Mas o criador Matt Groening e os produtores (Al Jean, James L. Brooks, Sam Simon e outros) parecem dispostos a tirar seu “filho” um pouco de seu cômodo trono para que este cutuque novas onças com vara curta.

Os dois casos que colocaram “Os Simpsons” na pauta do dia novamente envolvem os brios de sua emissora-mãe, a Fox. No primeiro, convidaram o contestador artista de rua Banksy para conceber uma das aberturas do desenho, mostrando mulheres e crianças coreanas escravizadas enquanto produzem os acetatos do desenho – porque o desenho terceiriza o trabalho de animação na Coreia do Sul para economizar custos. Tudo terminando sob um sombrio logo da 20th Century Fox.

O segundo caso, mais recente, foram duas cenas, cada uma em um episódio diferente, com os dizeres em um helicóptero: “Fox News: Não somos racistas, mas somos o número 1 entre os racistas” e “Fox News: Não aconselhável para espectadores menores de 75 anos”. Para quem não sabe, o canal de notícias Fox News possui uma linha editorial claramente de direita, republicana e conservadora – portanto, “antiquada” na visão dos produtores do desenho (ok, na minha também). Um âncora da Fox News tomou as dores e chamou os produtores de “pinheads” no ar.

Não foram as primeiras ocorrências Simpsons x Fox. Em um episódio de 2004, She Used to Be My Girl”, mostraram uma van da Fox News com os dizeres “Bush Cheney 2004” e “We Are the Champions” tocando ao fundo. Em outro, “Sunday, Cruddy Sunday”, ninguém menos que o chefe maior do News Corp. (grupo de mídia que inclui a Fox), Rupert Murdoch, virou personagem, pintado como o típico empresário malvado. Mas as gags deste ano dão a entender que a acidez do desenho, apesar de nunca ter sumido completamente, está ganhando mais prioridade. E que prova maior de ousadia do que desafiar as pessoas que pagam seus salários?

Claro que visto de fora a interpretação é bem essa, mas devagar com o andor. Esse “desafio” à Fox e o subsequente acato da emissora às piadinhas são, no fim das contas, negócios. Se o canal se livrasse dos Simpsons agora por conta disso, estaria não só assinando sua carta de morte financeira como também seu atestado de censores. Fora que não deverão faltar emissoras rivais interessadas na mina de ouro amarela. De qualquer forma, serviu para reviver um pouco do buzz da série e nos dá esperança de ousadias maiores. Que tal aproveitar o embalo e chamar Bento 16 e Ahmadinejad para o ringue, Homer?

“24 Horas” deve acabar neste ano

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A notícia veio da Variety (indicada no Twitter por @withlasers). Ainda não foi confirmada pelos executivos da Fox, mas deve rolar um comunicado em questão de dias. O motivo seria o de sempre: baixa audiência, além das críticas negativas relacionadas às últimas temporadas.

Não é uma grande surpresa, mas é uma pena. “24 Horas” é uma das séries mais impactantes e originais deste início de milênio. Mas é melhor acabar logo do que piorar ainda mais e desonrar o legado que construiu.

Escrevi sobre o começo da oitava temporada aqui e sobre o histórico da série aqui, no Scream & Yell. Neste último, disse que “se tudo der certo, “24 Horas” pode se consolidar, ao lado da família amarela de Springfield [Os Simpsons], em um seleto grupo de programas das quais não conseguimos viver sem”.

Infelizmente vamos ter que lidar com essa ausência agora.

Written by Márcio Padrão

10 março 2010 at 8:30

Publicado em Televisão

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