QUADRISÔNICO

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Rajada Sônica #30: Retomando os trabalhos

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Reprodução/www.flickr.com/photos/30655562@N03/

E aí, vamos sentar na praia?

1. Two Door Cinema Club – “What You Know (Feed Me Remix)”
2. Asian Dub Foundation – “Power To The Small Massive”
3. Beck – “E-Pro”
4. Earth, Wind & Fire – “Saturday Nite”
5. Mundo Livre S.A. – “O Velho James Brouse Já Dizia”
6. Sly and the Family Stone – “Life”
7. The Sonics- “Boss Hoss”
8. M83 – “OK Pal”
9. Captain Sensible – “Wot”
10. La Roux – “In for the Kill”

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

Rajada Sônica #15: misturando tudo

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Sei lá porque, mas esqueci de postar a playlist quinzenal deste blog na semana passada. Cabeça cheia, provavelmente. Mas ela está aí, e tá uma mistureba boa para embalar o aniversário deste blog. Também serve pra completada de anos do autor do blog, que será amanhã.

01 – Marcelo Jeneci – “Felicidade”
02 – The Beachwood Sparks – “By Your Side”
03 – The Stone Foxes – “Mr. Hangman”
04 – The Kills – “Future Starts Slow”
05 – The Strokes – “Gratisfaction”
06 – Mos Def – “Auditorium”
07 – The Heavy – “How You Like Me Now”
08 – Primal Scream – “Slip Inside This House”
09 – Portugal. The Man – “60 Years”
10 – Mundo Livre S/A – “O Mistério do Samba”

Yes we’re going to a party party!

Written by Márcio Padrão

21 março 2011 at 11:00

Exclusivo: Fred 04 sobre o disco novo: “Vai ser um dos álbuns mais marcantes que o Mundo Livre S/A já gravou”

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O Mundo Livre S/A segue na esteira das comemorações de seus 25 anos de carreira e 15 de estrada profissional, completados em 2009. Esse processo revisionista de Fred 04 e seus comparsas [Junior Areia no baixo, Tony na bateria, Tom Rocha na percussão e sampler, e Leo D. no teclado] estaciona agora nos três shows especiais que farão no Sesc Pompéia, em São Paulo, onde relembrarão três álbuns que marcam fases bem distintas de sua discografia.

O primeirão, “Samba Esquema Noise” (1994), o quarto “Por Pouco” (2000) e a recente coletânea “Combat Samba” (2008) serão tocados na íntegra, nos dias 11, 12 e 13 de março. Saiba mais detalhes sobre os shows no Churrasco Grego e no Portal Sesc.

Paradoxalmente, essa retrospecto caminha em paralelo às gravações de seu próximo disco de inéditas, o primeiro desde “O Outro Mundo de Manuela Rosário” (2003), que traz o nome provisório de “Durar é Viver”. O frontman do Mundo Livre falou sobre esses e outros assuntos por telefone com exclusividade ao Quadrisônico.

QS – Por que a escolha por esses três discos pros shows do Sesc?

Fred 04 – Desde ano passado a banda vem celebrando 15 anos de carreira fonográfica. O “Samba Esquema Noise” foi lançado em  setembro de 1994, daí em setembro de 2009 começamos uma turnê em SP e depois no Sul, com [o produtor] Buguinha Dub operando a mesa de som, no show chamado de “Samba Esquema Dub”, com as músicas desse album reprocessadas. Vimos o quanto as canções tinham potencial para voltar ao repertório dos shows. [O empresário da banda] Paulo André surgiu com essa ideia do Sesc e lembrei também dos 10 anos do “Por Pouco” completados neste ano. Ele também foi importante para a banda, pois  levou o prêmio da APCA [Associação Paulista de Críticos de Artes]. Daí o pessoal do Sesc nos sugeriu para fazer logo três shows para fechar a temporada. Pensamos então em um show mais atual pra mostrar que tipo de fase a banda vem trilhando, com uma prévia das faixas que [o produtor] Dudu Marote está gravando conosco. O disco novo está com o nome provisório de “Durar é Viver”.

QS – Poderia adiantar detalhes deste próximo disco?

Fred 04 –Esse nome remete à resistência e longevidade da própria banda, pois vai completar 25 anos se contarmos a época de garagem. Estamos com uma parceria com Dudu Marote desde 2007, quando ele produziu uma versão de “Meu Esquema” para uma campanha publicitária. No ano passado descobri ainda que essa música entrou na trilha do seriado “Californication” e nem ficamos sabendo. É um seriado que, pelo que sei, também pôs outras músicas de artistas brasileiros, como Cansei de Ser Sexy e Bonde do Rolê. Comprei a primeira temporada e gostei bastante, apesar de saber que as mulheres acham meio misógino. Mas aí Dudu acabou ouvindo uma demo nossa com coisas inéditas e decidiu que iria gravá-las em seu estúdio. Sem duvida é o disco que vai ter uma finalização com o melhor padrão que já tivemos. Já gravamos antes em estúdio de ponta mas em horários corridos e orçamento rígido, em escala industrial. Em uma parceria dessas com Dudu nós não temos hora, ficamos divagando com os arranjos, experimenta e refaz quantas vezes quiser. Isso dá outro nível de finalização e capricho. Não tenho dúvida que vai ser um dos álbuns mais marcantes que a gente já gravou até hoje.

Sonoramente, ele está mais para “Por Pouco” do que para “Manuela Rosário”, que alguns críticos consideraram um disco meio indigesto e denso. Mas realmente considero o “Por Pouco” um marco na carreira da banda, o mais “lado A” que a gente já fez. Embora mesmo os nossos discos mais conceituais, como “Samba Esquema Noise” e “Manuela Rosário” tinham músicas “lado A”. Charles Gavin, quando estava mixando na época, até apostou dizendo que se “A Bola do Jogo” não fosse uma das mais tocadas na rádio, paro minha carreira de produtor. Acho que por isso que ele nunca mais produziu nada (risos), embora faça consultoria e pesquisa musical para gravadoras. Mas as músicas tinham tudo para emplacar. Anos depois, “Musa da Ilha Grande” entrou na trilha do filme “Como Ser Solteiro”, “A Bola do Jogo” foi regravada por Toni Platão… No “Manuela Rosário” tinha uma faixa, “Inocência”, que poderia tocar tranquilamente nas rádios. O disco novo, portanto, estaria entre o “Por Pouco” e o “Bebadogroove”, mas com um processo de gravação bem diferente. Nesse último queríamos registrar o disco com muita urgência, lançar o nosso selo e vender o disco de forma independente, em detrimento de um capricho maior nas faixas. Mas deu certo, pois tivemos clipes oferecidos por fãs, e uma segunda versão do disco foi distribuída nas lojas pela Tratore. Então no formato musical, ele tem um parentesco com o “Bebadogroove”, no qual algumas ideias não conseguimos aproveitar na época.

QS – O disco já tem data para sair? Será independente?

Fred 04 –Esse conceito de “independente” é meio transitório agora. Hoje em dia as gravadoras querem distribuir apenas. Como nós [Mundo Livre e Dudu Marote] estamos bancando o disco, a gente ainda vai definir uma estratégia para negociar os fonogramas. Acho que não vamos encontrar dificuldade, mas só vamos iniciar as conversas quando tivermos o material na mão. A nossa ideia, porém, é lançar ainda neste semestre. Em abril ainda haverá uma sessão de gravação em São Paulo, quando voltaremos para um show na Ocupação Chico Science, no Itaú Cultural.

QS – Como é para a banda o conceito de voltar a um disco inteiro e tocá-lo na íntegra?

Fred 04 – Como a formação da banda vem mudando, e a gente cresceu como músico, há arranjos daquela época que achamos meio limitados. Daí fazemos algumas mais próximas ao arranjo original, outras alteraremos um pouco. Não será uma execução literal. É mais como registrar o álbum como gostaríamos que o público o conhecesse hoje.

QS – Revendo a discografia do MLSA, o que “Samba Esquema Noise” tem de especial que os outros não têm?

Fred 04 – Talvez ele tenha causado um impacto maior que os outros, por causa do lance da garagem. Talvez tenha sido a banda com mais tempo de garagem na história do pop brasileiro. Até porque o pop é uma coisa muito urgente. Se um projeto passar mais de seis meses na garagem, nego já acha ultrapassado. Mas como a banda surgiu no Recife, de um circuito fora do eixo pop, a gente passou quase 10 anos na garagem por falta de opção. Estávamos realmente no lugar errado, em termos de acesso ao circuito. Quando formos gravar o “Samba”, alguns críticos comentaram que era uma coisa de muito impacto, com muito volume de informação e densidade de conteúdo. Essa primeira fase refletiu de forma diluída até no “Carnaval na Obra”. No “Samba”, cheguei a perguntar a Miranda [produtor do disco] se podia lançar um duplo, mas ele achou melhor não por ser uma estreia. Outras coisas se perderam, nunca foram gravadas, mas acho que o disco marcou por isso; a pressão da banda era muito maior.

QS – Algo mais que queira acrescentar?

Fred 04 – Queria convocar todos os fãs, antigos e novos, a conhecer a trajetória da banda mais o momento atual. Estamos com sangue novo, com Leo D., e acho que a banda tá numa das fases mais felizes e bem resolvidas. Vai ser um momento bacana em São Paulo, onde a banda teve sua primeira grande recepção nacional.

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Ah, quer ouvir um trecho da entrevista? Clica aqui.